Moradores da Rua Arujá, na Vila Conde, sofrem com paralisação de obra e cobram respostas: “Que show da Xuxa é esse?”

Rio Grande da Serra, 11/06/2025

A paciência dos moradores da Rua Arujá, na Vila Conde, está chegando ao limite. A obra do muro de arrimo iniciada no local foi paralisada desde o dia 23 de maio, e desde então, a única certeza dos moradores tem sido o transtorno diário. Sem qualquer sinal de continuidade, a construção segue inacabada, com a via interditada por uma máquina e montes de pedras, impedindo a passagem de carros, vans escolares e até mesmo dificultando a circulação de pedestres.

“Está difícil até para passar a pé. Um lado está alagado, e o outro é a beirada do barranco, com pedras espalhadas pela rua. Hoje mesmo, eu tive que buscar meu filho do outro lado da construção, porque a van não consegue mais entrar aqui”, relata uma moradora, que preferiu não se identificar.

A situação tem gerado revolta na comunidade, que questiona se houve falha de planejamento por parte da administração municipal. “Se sabiam que não iam terminar a obra, por que interditaram a rua? A empresa responsável tem realmente condições de concluir o serviço? Parece que só vieram fazer cena e largaram tudo aqui para mexer na rua da vila Lopes”, desabafa outro morador.

Além do acesso interrompido, os moradores agora são obrigados a dar uma longa volta por vias alternativas em condições precárias, como a estrada fazenda São Joaquim, repleta de buracos, lama e riscos à segurança. “Os carros estão se acabando, o Uber não quer mais vir, entregadores de aplicativo evitam a área e, em caso de emergência, a ambulância demora muito mais para chegar. Isso é um descaso com os cidadãos”, acrescenta outro depoimento.

Mesmo com a obra parada há dias, nenhuma autoridade foi ao local verificar a situação e cobrar a empresa. A ausência de fiscalização e de informações oficiais tem deixado os moradores ainda mais indignados. “Nem vereadores que moram no bairro apareceram para dar satisfação. A gente quer uma resposta, queremos saber o que está acontecendo com essa obra”, dizem.

Enquanto isso, a insegurança também cresce. Com a terra remexida e a lateral da rua instável, há o temor de que a outra metade da pista ceda, principalmente em dias de chuva, agravando ainda mais o problema. “ Se ninguém tomar providências, devido as chuvas, metade da rua pode ir abaixo a qualquer momento, e ninguém faz nada. Isso aqui virou um verdadeiro show da Xuxa, mas sem graça nenhuma pra quem mora aqui.”

A comunidade cobra que, ao menos, a via seja parcialmente liberada enquanto a obra segue sem previsão de retomada. “Se não vão fazer agora, abram o caminho. Deixem a gente passar com nossos veículos. Isso aqui está abandonado.”

O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Rio Grande da Serra, da empresa responsável pela obra e da Secretaria de Obras. A população segue esperando uma resposta — e, principalmente, uma solução.