Rio Grande da Serra, 04/06/2025.

A eleição complementar para o Conselho Municipal de Saúde, realizada no último domingo (01/06), chamou atenção pela baixa adesão dos eleitores. Apesar de ser um mecanismo essencial para o controle social das políticas públicas de saúde, o pleito registrou um número irrisório de votos, levantando questionamentos sobre o engajamento da população nas decisões que afetam diretamente o Sistema Único de Saúde (SUS) no município.

Os Números da Eleição

Foram eleitos dois conselheiros titulares e seis suplentes pelo segmento de usuários, mas a quantidade de votos foi extremamente baixa para uma cidade com 45.317 habitantes, segundo dados do IBGE (2024). Confira o resultado:

Titulares eleitos:

  • Kaique Fernando do Nascimento – 45 votos
  • Silvana Torres – 36 votos

Suplentes eleitos:

  • Zenilda Maria de Jesus Souza – 34 votos
  • Marilia Gomes Gussonatto – 20 votos
  • Deneval Paulo – 18 votos
  • Barbara Andressa Soares dos Reis – 7 votos
  • Luciano Henrique de Jesus – 3 votos
  • Isadora Rocha Martins – 1 voto

A soma total de votos válidos não ultrapassou 164, um número que representa menos de 0,4% da população do município.

O Que Isso Significa?

A fraca participação popular pode ser interpretada como um sinal de:

  1. Desconhecimento sobre a importância do Conselho de Saúde;
  2. Falta de divulgação do processo eleitoral;
  3. Descrença na efetividade do controle social;
  4. Desinteresse da população em participar das decisões sobre saúde pública.

O Conselho Municipal de Saúde tem a função de fiscalizar, propor e acompanhar as políticas de saúde no município, garantindo que os recursos e serviços do SUS atendam às necessidades da população. A baixa participação pode enfraquecer essa representatividade, deixando as decisões mais concentradas no poder público e menos influenciadas pela sociedade.

Desafios para a Gestão Participativa

Embora a legislação (Lei Municipal nº 2.498/2023 e Decreto nº 3.018/2023) assegure a existência do Conselho, é preciso estimular a participação cidadã. Alguns pontos críticos a serem considerados:

  • Falta de comunicação: Muitos moradores podem não saber como funcionam as eleições ou o papel do Conselho.
  • Burocracia e desmotivação: Processos pouco acessíveis podem afastar a população.
  • Crise de representatividade: Quando poucos votam, a legitimidade dos eleitos pode ser questionada.

Próximos Passos

Os conselheiros eleitos assumirão a responsabilidade de representar os usuários do SUS, mas o desafio será ampliar o diálogo com a população. Se a participação continuar mínima, as políticas de saúde podem ficar distantes das reais necessidades dos cidadãos.

Será que Rio Grande da Serra está negligenciando sua voz na saúde pública? A resposta pode estar no fortalecimento da educação política e na maior transparência dos processos decisórios.

A posse dos novos conselheiros será marcada em breve, e o desafio de engajar a população permanece. Enquanto isso, a pergunta fica no ar: Por que tão poucos se importam com quem decide sobre sua saúde?

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