Rio grande da Serra, 18/12/2024
O caso envolvendo João Victor Moreira Lemos, de 19 anos, que tirou a vida do próprio pai, Claudemir Lemos, durante uma discussão familiar em Ribeirão Pires (SP), ganhou repercussão nacional após sua entrevista exclusiva ao programa Cidade Alerta, da Record SP. O jovem afirmou ter agido em legítima defesa ao tentar proteger sua mãe, Ana Paula, que, segundo ele e a própria vítima de violência doméstica, sofria agressões físicas e psicológicas do marido há mais de uma década.
A defesa de João Victor, conduzida pelos advogados Nilson Amantes e Vinicius Amantes, enfrenta o desafio de provar que o jovem não cometeu um crime doloso, mas sim uma ação motivada pela necessidade de proteger a integridade física de sua mãe e a própria vida. “O que temos aqui é uma clara situação de legítima defesa. João Victor não agiu por vontade própria, mas sim para salvar sua mãe de mais uma agressão que poderia ter consequências irreparáveis”, afirmou Vinicius Amantes.
Segundo os depoimentos, no dia do crime, Ana Paula foi atacada fisicamente por Claudemir. Ao presenciar a cena, João interveio para protegê-la, o que resultou em uma tragédia familiar. A defesa agora busca reunir provas e testemunhas que possam confirmar o histórico de violência doméstica no lar e corroborar a versão apresentada por mãe e filho.
Especialistas consultados pela reportagem destacam que o histórico de violência pode ser um ponto-chave para fortalecer a tese de legítima defesa. “Se comprovado que havia um ciclo de agressões e que o jovem interveio para proteger outra pessoa, isso muda completamente o entendimento jurídico do caso”, explicou um criminalista.
A comoção pública e a atenção midiática trouxeram mais visibilidade para a luta de João Victor e sua defesa, mas também evidenciam a gravidade dos problemas relacionados à violência doméstica e à necessidade de políticas públicas mais eficazes para prevenir esses casos. Enquanto isso, Nilson e Vinicius Amantes prometem trabalhar incansavelmente para que João Victor tenha um julgamento justo.
O caso segue em investigação, e a audiência preliminar deverá ocorrer nas próximas semanas, momento crucial para a defesa apresentar os argumentos que podem mudar os rumos do processo.